Em vários ambientes, os paletes são os suportes mais utilizados para a manipulação de diversos produtos com consequente armazenamento nas estantes. O tipo de palete mais utilizado é o de madeira PBR.
Mas você sabia que a fabricação de um palete PBR deve ocorrer sempre sobre medidas específicas para garantir uma padronização e normatização e assim obter melhor aproveitamento do espaço?
Dessa forma, convidamos você a entender o que é palete PBR, a história do seu surgimento, assim como as características que irão ajudar você a entender se seu palete é ou não PBR.
Conhecendo um pouco mais sobre os paletes PBR
A história do palete PBR iniciou-se em 1988, onde a ABRAS (Associação Brasileira dos Supermercados), atendendo a uma demanda do varejo de alimentos que vivenciava sérios problemas na movimentação, armazenagem e transporte de grandes volumes, iniciou o desenvolvimento de um tipo de embalagem adequada às particularidades operacionais do setor.
O escopo da criação da solução foi preconizado por dois preceitos:
- A embalagem deveria ter dimensões universais;
- A embalagem deveria ser intercambiável.
Para o atendimento de ambos os requisitos, era necessária a definição de um padrão. Assim, o desenvolvimento, testes e a aprovação consumiram 2 anos e em 1990, o palete PBR-1 foi oficialmente lançado. Ele atendia não somente os varejistas, mas praticamente todos os segmentos de mercado que direta ou indiretamente lidam com atividades logísticas.
De acordo com informações contidas nos autos do desenvolvimento do PBR-1, o modelo substituiu mais de 1000 tipologias diferentes de estrados de madeira adotadas na época para fins de unitização, permitindo assim uma padronização.
Como deve ser um palete PBR?
Para ser denominado PBR- um palete deve dispor das dimensões de 1000X1200 mm, mas isso não basta. Pela normatização, o PBR-1 deve apresentar determinadas características construtivas, necessita ser homologado e dispor de um certificado de autenticidade.
Complementarmente, o palete PBR devidamente homologado possui 03 informações pirografadas na sua face de 1200 mm:
- Inscrição PBR circunscrita por uma elipse;
- O mês e ano de fabricação com 2 dígitos; e
- A sigla do fabricante, como visto na imagem a seguir.
No ano de 2019, com o objetivo de oferecer produto economicamente mais eficiente e adequado às novas condições de ofertas de madeira no mercado brasileiro, as características construtivas e dimensionais do PBR-1 passaram por adequações, resultando o produto ilustrado na imagem subsequente.
Fonte: http://static.abras.com.br/pdf/manual-de-utilizacao-pbr-1.pdf
O novo padrão construtivo do PBR tornou o palete mais leve, sem reduzir a resistência do produto. O novo padrão do PBR-1 resultou em um peso nominal de 27 kg e a redução do mesmo é atribuída ao menor volume de madeira e de pregos utilizados na sua construção.
Muito cuidado com paletes de madeira que não são PBR!
O palete PBR-1 tem um ciclo de vida estimado de 3 anos e foi concebido para que seja operado em Sistemas de Armazenagem tipo porta paletes, com uma capacidade de carga de 1200 kgf (uniformemente distribuídas). O emprego de sobrecargas de natureza concentrada não é tolerado, assim como a prática de armazenagem de um palete sobre o outro.
Porém, no mercado logístico, é bastante comum o relato do uso de palete citado como PBR, mas com sobrecargas de 1400 kgf. Imediatamente, conclui-se que ou esse palete não é um PBR e que problemas podem ocorrer com seu uso.
Além disso, a operação do PBR-1 pode ser feita tanto pela face de 1.000 mm, quanto pela face de 1.200 mm, porém o garfo da empilhadeira deve proporcionar apoio total e contínuo por todo o perímetro de contato entre o equipamento de movimentação e o palete.
Para que não haja erro é aconselhável consultar quais são os fabricantes atualmente credenciados, eles estão neste link. Já as demais informações referentes ao PBR-1 podem ser encontradas no “Manual de Utilização do PBR-1”, também disponibilizado pela ABRAS.
Palete de má qualidade significa perda da eficiência operacional
Como vimos até aqui, os paletes possuem grande interação com os Sistemas de Armazenagem e são considerados peça-chave em toda a cadeia de implantação destes equipamentos – do anteprojeto à operação dos mesmos.
Desta forma, dispor de informações construtivas, ter dados do desempenho e conhecer as condições dos paletes empregados são requisitos básicos para se ter garantias da funcionalidade de um Sistema de Armazenagem.
Assim, no dia a dia da assessoria técnica em Inspeção de Sistemas de Armazenagem (ISA), é preciso ficar muito atento aos paletes em condições extremamente degradadas, já que são as grandes responsáveis perdas da eficiência operacional, por danos aos produtos armazenados e até mesmo pela ruína (parcial ou total) do porta paletes.
Sendo assim, é extremamente recomendável que fornecedores sejam cobrados pela utilização de paletes em bom estado de conservação e que somente sejam adotados, nos Sistemas de Armazenagem, unidades de carga sobre paletes com condições adequadas de operação.
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